quinta-feira, 16 de maio de 2013

Grêmio é devorado por Medina, leva 1 a 0 na Colômbia e está eliminado

Não adiantou se preparar com antecedência. Minimizar os efeitos da altitude de 2,6 mil metros de Bogotá. Tampouco ignorar as provocações de Mediana. Em uma má atuação, na noite desta quinta-feira, no El Campín, o Grêmio deu adeus ao sonho do tri da Libertadores. Perdeu por 1 a 0 para o Santa Fé, gol justamente do atacante polêmico, que prometeu "comer" o time gaúcho. E comeu. O resultado encerrou a trajetória gremista nas oitavas de final.

A verdade é que o Grêmio não acertou quase nada. Apostou no empate, resultado que lhe daria a vaga, afinal, havia vencido a primeira partida por 2 a 1. Melhor para o time local, que, com o apoito de um torcida entusiasmada, tenta fazer história: o máximo que conseguiu foi chegar à semifinal, em 1961.

Resta ao Tricolor o Brasileirão. Estreia no dia 26 contra o Náutico, em Caxias do Sul, no Alfredo Jaconi – a Arena está interditada. O Santa Fé encara o Real Garcilaso, do Peru, dias 22 e 29 de maio.

Festa, pressão e... Dida
Tudo o que o Santa Fé prometeu, cumpriu. Tudo o que o Grêmio pretendia fazer, não fez. Foi assim que o primeiro tempo se apresentou. Desde o estádio com grande público – não lotou por detalhe -, linda festa com fumaça vermelha, uma faixa com os dizeres 'Queremos a Copa' e, claro, a pressão inicial, o time local partiu para cima. Tinha de reverter a desvantagem. E encontrou um adversário, embora o começo promissor, nervoso e cheio de erros.
 
Os gritos, as buzinas e o técnico Wilson Gutierrez, ao escalar três atacantes, turbinaram o Santa Fé. Sem o lateral-direito Roa, o comandante apostou no atacante Cristian Borja – deslocou o volante Anchico. Mas demorou a dar certo. O Grêmio de Vanderlei Luxemburgo, na cabine número 16 do estádio, afinal, continua suspenso pela Conmebol, soube aproveitar a velocidade de Vargas.
Logo a cinco minutos, em grande assistência de Elano, o chileno surgiu na entrada da área: bateu firma para boa defesa do xará Varvas. Foi só. Não conseguiu manter a posse de bola, não trocou passes e tampouco atacou. Quando Zé Roberto, ao invés de apresentar a qualidade normal, perde o tempo de bola e acerta um chute em Torres, escapa do vermelho, era porque as coisas não estavam bem.
Souza jogo Grêmio Santa Fé (Foto: Reuters)Souza disputa a bola contra o rival do Santa Fé (Foto: Reuters)
Sorte que Dida, sim, foi uma grande figura. Primeiro, a sorte. Borja ganhou de Werley, no alto, e acertou a trave. Equanto, os demais jogadores abusavam da cera, o goleiro ainda defendeu cabeçada de Torres e chute de Cuero. Só não foi pior porque a equipe colombiana, igualmente, deixou a desejar.
- Temos de manter a posse de bola. Marcamos bem, mas não conseguimos atacar - diagnosticou Zé Roberto no intervalo.
Altitude gerou cansaço
A pausa entre os tempos, aliás, reservou mais um espetáculo da torcida. O bandeirão, de quase 300m, tomou meio estádio. Com a inscrição 'A força de um povo', o público tratou de dar o incentivo final. Embora a invasão parcial de alguns aficcionados.
Deu certo. A bandeira não tinha sido totalmente recolhida, e o Santa Fé teve a grande chance do jogo. Werley errou, a bola sobrou a Medina que, cara a cara com Dida, bateu fraco, facilitando a defesa.
O Grêmio parecia tentar administrar o empate. Embora a vontade, os jogadores do Grêmio mantinham os mesmos defeitos da etapa inicial. Mais: passaram a discutir em campo.
Torcedores do Santa Fé fazem festa no El Campín (Foto: Hector Werlang/GLOBOESPORTE.COM)
Pérez desperdiçou falta. Pará impediu cabeçada de Borja. E, quando o gol parecia maduro, de novo, Dida salvou. Valdés cabeceou. Rasteiro. O goleiro se esticou, espalmou. Ainda teve reflexo para defender o rebote.
A situação era tão precária que o primeiro ataque saiu de um erro do Santa Fé. Meza recuou fraco. Permitiu que Vargas, com a sua velocidade, tivesse a chance de chegar à bola. Porém, o goleiro Vargas, com um carrinho, impediu o gol. O lance animou. Vargas, em linda jogada individual, serviu Barcos, que não teve pernas para chutar.
Naquela altura, o Grêmio parecia cansado. Eram 30 minutos. O Grêmio passou a fazer tempo. André Santos, por retardar o lateral, levou amarelo. E o que estava para acontecer, aconteceu. Medina tabelou com Pérez, ganhou dos dois zagueiros e, na saída de Dida, balançou a rede e, com a festa da torcida, o estádio: 1 a 0, aos 34 minutos.

Em desvantagem, o Grêmio não conseguiu reagir. As entradas de Kleber, Marco Antonio e Welliton pouco adiantaram. Mas aos 47, surgiu uma luz. Após jogada pela direita, Pará cruzou, o goleiro rebateu e Vargas, com o gol livre, chutou por cima. Devorado por Medina, o Grêmio deu adeus a Libertadores.

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