Parlamentares maranhenses incorporarão R$ 41.009,28 por ano, cada um.
Câmara Federal disse que regra não é obrigatória para assembleias. A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão
publicou no Diário Oficial resolução administrativa que aumenta os
valores de benefícios aos deputados estaduais maranhenses. Com a
resolução, os 42 deputados passaram a incorporar R$ 41.009,28, por ano.
A medida foi tomada um mês após os parlamentares terem extinguido o 14º
e o 15º salários - medida anunciada como contenção de gastos. O assunto
ganhou grande repercussão após reportagem exibida pelo Fantástico. Com o
corte, cada deputado deixaria de receber, aproximadamente, R$ 42 mil
por ano. De acordo com a nova resolução, que começou a vigorar nesta terça-feira
(16), os parlamentares aumentam o valor do auxílio-moradia de R$ 2,2 mil
para R$ 2,85 mil. Muitos deles têm base eleitoral e moram em São Luís.
Também aumentaram o valor da "Verba Indenizatória de Exercício
Parlamentar”, de R$ 15 mil para R$ 16.261,95; e da Verba Indenizatória
de Ajuda de Gabinete, de R$ 17.894,67 para R$ 19.400,16. A Resolução é assinada por oito dos nove integrantes da Mesa Diretora:
deputados Max Barros (PMDB), Eduardo Braide (PMN), Marcelo Tavares
(PSB), Gardênia Castelo (PSDB), Rogério Cafeteira (PMN), Carlinhos
Florêncio (PHS), Zé Carlos (PT), e o presidente da mesa, deputado
Arnaldo Melo (PMDB). Apenas o deputado Dr. Pádua (PSD) não assina a
resolução. O deputado Manoel Ribeiro (PTB) defendeu a decisão da Assembleia
Legislativa e disse achar justo o pagamento de novos valores para os
três auxílios. "Não é ilegal e enquanto a lei permitir, não abrirei mão
desse direito". O parlamentar afirmou que possui 18 imóveis no Estado,
sendo seis na capital e que o que recebe como deputado não cobriria os
gastos para a manutenção dos imóveis. Já o deputado Bira do Pindaré é contra a resolução administrativa.
"Primeiro, sou contra porque acho inoportuno, fica parecendo que é uma
medida de compensação, após a extinção dos 14º e 15º salários. Segundo e
sobre o auxílio-moradia, porque já temos as verbas indenizatórias e
para os deputados que moram em São Luís não há razão de existir. Eu não
recebo, porque não tem como justificar. Para mim, os dois parâmetros que
a remuneração dos parlamentares deveriam seguir são os salários dos
servidores e o dos deputados federais. Já proporcionalidade do que é
pago na Câmara Federal deveria ser aplicada sobre todas as verbas. Assim
como se aplica 75% aos salários, deveria ser com as verbas
indenizatórias".
Em nota, a Assembleia Legislativa informou ao G1 que a
Resolução Administrativa nº 0383/2013, editada pela Mesa Diretora da
Assembleia Legislativa do Maranhão e publicada no Diário Oficial desta
terça-feira (16), está em conformidade com ato da Mesa Diretora da
Câmara dos Deputados, publicado no dia 27 de março de 2013.No entanto, a Câmara Federal informou que não existe uma regra que torne obrigatório o 'efeito cascata' da decisão da Câmara sobre as assembleias legislativas do país.
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